No ano passado uma pessoa que me é muito querida passou por uma mau momento. E tomou uma decisão drástica: encheu-se de comprimidos na esperança de nunca mais acordar.
Acontece que (felizmente) acordou. E depois disso precisou de tratamento médico.
Vou me abstrair de várias considerações que esse facto me leva a tecer. Vou me cingir ao facto caricato pelo qual passei depois.
Depois de ter tomado os comprimidos como se de M&M's se tratassem a pessoa em questão foi conduzida, insconsciente, às urgências do Hospital da Universidade de Coimbra. Lá foi atendida e esteve internada por quase dois dias, depois mandara-na para casa com uma quantidade tal de medicamentos que muito me surpreende que conseguisse dizer "pão". Pediu-me então que ligasse para o Hospital, pois tinham lhe dito para marcar uma consulta ou algo do género, mas de tão confusa que estava não conseguia perceber nada.
Liguei, fazendo-me passar pelo paciente. Fui bombardeada com todo o tipo de perguntas escrotas, do género "a que horas deu entrada no hospital?", "qual o nome do médico que a atendeu?"... Fiquei passada! Expliquei que teria dado entrada nas urgências inconsciente, estado no qual permaneci por horas. Ao que amavelmente me foi respondido "mas a menina é que tem de saber". Como pode alguém que acabou de sair de um internamento ser tratada assim? Eu que até estava sãzinha da silva fiquei indisposta depois do telefonema. Nada me foi informado. Disseram que enviariam um postal para casa. Quis então confirmar a morada que constava no sistema, não vá o diabo tecê-las. Foi-me dito que eu é que tinha de saber a morada que indiquei. "Mas minha senhora, eu estava insconsciente..."... Inacreditável!! Só digo uma coisa, eu que estava são considerei seriamente a possibilidade do suicídio depois deste epsódio. Chiça!