Motivada por acontecimentos recentes a pessoas que me são próximas, mais uma vez confronto-me com a inevitabilidade da morte.
Nestes momentos, em que procuramos aquela frase (que não existe) de conforto... Decidi dizer que dói, vai doer sempre, nunca nos esquecemos. Habituamo-nos a lidar com a ausência, começamos a identificar o vazio que fica no lugar e vamos, pouco a pouco, achando normal.
Uma coisa me conforta... Apercebi-me que lembro-me nitidamente da voz do meu Pai, da maneira como se ria, de como esticava a mão para coçar as costas... Além de não me esquecer que ele me falta, também não me esqueço de como ele era. Aliás desde ontem tenho feito um exercício de memória, tentando me lembrar das vozes daqueles que me eram queridos e já foram.
A voz está na minha cabeça, clara, nítida. Como se estivesse a ouvir num Ipod. Não é giro?!
Estarei louca?